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  • Foto do escritorFernand Lodi

Quase 13 mil demissões em Ipatinga



Números do Caged revelam que o comércio e a prestação de serviços foram responsáveis pelo fechamento de 1.998 vagas. Já são 5.069 postos de trabalho a menos na cidade após os cinco primeiros meses de 2020


Os cinco primeiros meses de 2020 foram trágicos para a economia de Ipatinga. As empresas da cidade diminuíram em 5.069 o número de seus funcionários, com o comércio e a prestação de serviços batendo recorde negativo: já são 1.998 postos de trabalho a menos nos dois segmentos.

No total, incluídas outras atividades econômicas, foram 12.962 desligamentos de janeiro a maio e outros 7.893 trabalhadores admitidos no mesmo período. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).


“Em janeiro, tradicionalmente, muitos empregados são mandados embora por terem sido contratados temporariamente para o Natal. No entanto, já no final de março, início de abril, são criados novos postos de trabalho em razão de as empresas precisarem reforçar suas equipes para o Dia das Mães, o que, infelizmente, não aconteceu esse ano por conta dos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19)”, analisa José Maria Facundes, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) do Vale do Aço.


Enquanto o comércio e a prestação de serviços de Ipatinga registraram saldo negativo de 1.998 empregos nos cinco primeiros meses do ano, a construção civil foi outro segmento drasticamente afetado, com 1.597 trabalhadores a menos no setor.


Já a indústria apontou uma destruição de 1.466 postos de trabalho, enquanto a agropecuária foi responsável pelo fechamento de oito vagas formais.


“Com relação ao comércio e a prestação de serviços, foram muitos dias com as portas fechadas em Ipatinga, sendo que atualmente as empresas consideradas não essenciais estão autorizadas a cumprir expediente apenas segundas, quartas e sextas, das 8h às 18h. Assim, para que muitos empresários pudessem manter o funcionamento de suas lojas, não houve outra alternativa que não fosse demitir”, afirma Facundes.


O presidente do Sindcomércio lembra que, de janeiro a maio de 2019, o saldo de demissões/admissões ficou positivo em 219.


“O fato de termos 5.069 pessoas empregadas a menos após os 5 primeiros meses de 2020 representa uma ampliação de 2.414% na deterioração dos postos de trabalho, quando os números são comparados ao mesmo período do ano passado”, revela o dirigente sindical.


“Quando considerada a população ocupada, ou seja, aquelas pessoas que trabalhavam com carteira assinada, podemos considerar que um a cada seis empregados foram demitidos em Ipatinga nos primeiros 5 meses de 2020”, complementa Facundes.


Outra realidade


As outras duas principais cidades do Vale do Aço vivem realidade diferente. Em Timóteo, também de janeiro a maio, o saldo de demissões/admissões está negativo em 464: 2.284 desligamentos contra 1.820 demissões.


O comércio da cidade foi responsável pelo fechamento de 157 vagas, enquanto a construção civil demitiu 289 trabalhadores a mais do que admitiu.


Na indústria, o saldo negativo é de 89, enquanto a prestação de serviços foi o único setor responsável pelo saldo positivo de vagas formais: 71. “Nesses 5 meses foram fechados 2,54% dos postos de trabalho em Timóteo”, calcula o presidente do Sindcomércio.


Já em Coronel Fabriciano, as admissões (2.249) e desligamentos (2.564) até maio geraram um saldo negativo de 315 postos de trabalho.


Mais uma vez, o comércio e a prestação de serviços foram os mais afetados, demitindo 149 trabalhadores a mais do que admitindo.


A construção civil foi responsável pelo fechamento de 126 vagas na cidade. A indústria, por sua vez, registrou saldo negativo de 42 postos de trabalho. Na agropecuária, houve saldo positivo de duas novas vagas formais.


Sem restrições


“Infelizmente, tememos que os números de junho e julho – ainda não divulgados – sejam ainda mais assombrosos. No que diz respeito ao comércio e prestação de serviços, só teremos mais fôlego para seguir em frente e poder contratar mais do que demitir quando pudermos abrir as portas mais tempo e não com tantas restrições de horário como tem ocorrido em Timóteo e Ipatinga”, concluiu Facundes.

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