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  • Foto do escritorFernand Lodi

Abertura do Fashion Revolution



Kelly Soares (Gerente Fundação Aperam Acesita), Joellen Rocha (Psicóloga), Patricia Barbosa (Coordenadora do Fashior Revolution), Isadora Muniz (Designer e consultora de imagem) e Ana Paula (Historiadora de famílias e escritora), na abertura do evento


O movimento “Fashion Revolution” aconteceu no dia 23 de abril, na Fundação Aperam sob a coordenação e ativista Patrícia Barbosa, em sua terceira edição no Vale do Aço.


Um evento de denúncia, onde se discutiu inclusão/exclusão num talk (discussão), com a participação do público e, posteriormente encerrou com a exibição do filme “The True Cost”.


O documentário mostra as precárias condições onde se fabricam roupas por grifes renomadas mundialmente, mas também outros produtos, além de depoimentos, tendo em vista que o documentário “River Blue”, que trata da cadeia produtiva poluidora do jeans, causadora de danos ambientais irreparáveis não foi liberado para exibição nesta edição.


Inicialmente vamos conhecer o que vem a ser o movimento “Fashion Revolution” e como ele surgiu.

O “Fashion Revolution” acontece paralelamente à Fashion Week no Brasil e no mundo. Como todo movimento, infelizmente, em sua grande maioria emerge de situações, fatos e acontecimentos trágicos, o “Fashio Revolution” também foi inaugurado neste contexto.


A história se inicia em Bangladesh, no continente asiático, quando um edifício de confecções em péssimas condições de insalubridade, onde crianças, mulheres e homens trabalhavam por salários módicos desabou.


Daí pessoas e ativistas deram início a inúmeras denúncias de trabalho, praticamente “e, scravos”, existentes mundo afora e o movimento ganhou apoio e luz em mais de 100 países onde ocorre o “Fashion Revolution” todos os anos, na mesma época.



Então, voltando ao evento, Patrícia Barbosa fez a abertura fazendo uma síntese da história do movimento e seus desdobramentos peio mundo que o leitor pode encontrar com detalhes na Internet.


Em seguida o Talk (discussão) aconteceu entre Patricia como mediadora e as convidadas, Joellen Rocha (Psicóloga), Ana Paula (Historiadora de famílias e escritora) e Isadora Muniz (Designer e consultora de imagem). Esta última quase não se manifestou em razão do tempo ocupado pelas outras.


A discussão foi pontuada por temas já bem conhecidos que se utilizam de palavras chaves como inclusão, exclusão, gêneros, negros/brancos, plus size, que poderiam estar sendo discutidos em quaisquer movimentos que “defendem e acolhem” o que denominam de minorias. Os negros no Brasil não são minorias, muito pelo contrário, só para corroborar.


Quanto à moda propriamente dita os termos mais comuns foram conceito do Aurélio Buarque de Holanda, moda democrática, alternativa, inclusiva e igualdade de gêneros. Questões como responsabilidade da indústria da moda no processo de inclusão, como conviver com a autoestima em relação aos padrões e qual o olhar do outro sobre mim?


Temas estes pouco explorados e isentos de contextualizações e infimamente consubstanciados diante da força que o movimento expressa, decanta e propala mundo afora. Afinal que arrogância e egoísmo nos faz pensar no que o outro possa imaginar sobre a nossa segunda pele? Pouca ou nenhuma relevância isso causa naqueles que possuem autoestima equilibrada.


Quanto aos padrões eles existirão sempre e enquanto faço minhas considerações eles estão sendo apresentados e apreciados nas passarelas do mundo, na Fashion Week, tanto no Prêt-à-Porter como na Haute Couture, onde a criatividade e a originalidade dos looks têm o escopo de inspirar, embora sejam feitos sob medidas “PPP” e põe “PP” nisso. Ou seja, nas passarelas não há a decantada democratização da moda e nunca haverá, haja vista que a ideia é fomentar gêneros, linguagens, inovação em tecelagem, design, etc. e tal, para que os mais focados interpretem novas identidades, comportamentos, ações, opiniões e por aí vai. Não vale copiar. Democrático é você se vestir de acordo com sua época ou não, eventos, acontecimentos de maneira confortável e com personalidade.


Algo intrigante no movimento é que não houve indicação de literatura sobre seus efeitos e relevância, assim como não se falou sobre políticas públicas e fiscalizações nesses países, cujos governos devem ser responsabilizados por permitir tanta crueldade com o seu povo. Mas isso não foi tema das discussões. Claro, se no Brasil acontece em menor escala e ninguém, nem o movimento divulga e por consequência muito menos a indústria da moda se importa, imagina do outro lado do mundo.


Uma outra questão que vem acompanhada com a logo do evento é a rechetc:



Confesso que à princípio isso não me causou nenhum desconforto e/ou curiosidade, quando pensei e expressei que não queria saber quem confeccionava minhas roupas. Instantes depois a ficha caiu e fiquei imaginando assistir aquelas pessoas não em filme/documentário, mas “in locu” numa dessas horríveis fábricas trabalhando para grifes renomadas e estreladas em condições cruéis de miséria absoluta, bem como de outras indústrias nos países asiáticos, africanos, mas também em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, nordeste, etc., onde confecções exploram refugiados, desempregados e todo tipo de gente que está abaixo da linha da miséria no cone sul. Talvez não as usaria.


Daí parti para a pesquisa e encontrei um acontecimento estarrecedor de uma criança em uma das fábricas de tênis que deixou um bilhete num dos pares dizendo “me ajudem”. Isso é inimaginável em pleno século XXI. Corta o coração tanta crueldade.


Então veio a sensação de como poderia ajudar a mudar isso. Sem prepotência, acho que já estou fazendo meu papel neste instante divulgando o movimento para o mundo, mas sem engajamento, há vista que não vejo nesse e em tantos outros movimentos parecidos alternância noStatus Quo da humanidade, sem eficácia e uma overdose de vitimização.


No entanto, me vem à memória uma frase do Imperador de Roma Caio Otávio (63 AC – 14 d.C.), usando o nome de César Augusto, como figura bem-humorada de tempos remotos quando declarou: “que o mundo é uma palhaçada. ”


Já no século XXI não há como discordar do Imperador romano que o mundo continua uma palhaçada, acrescentando a crueldade de humanos se servindo de humanos pela ganância, arrogância, egoísmo e narcisismo que todos de alguma forma e/ou em frequências diversas manifestamos.



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